Documentário exibe nas telonas dos cinemas o resultado de dez anos de pesquisa de imagem e som
Por redação @ncoisascomunicacaoe
O documentário “Black Rio, Black Power!” está nos cinemas depois de estrear em festivais nacionais e internacionais. Tendo a trajetória de exibições iniciada no Festival do Rio 2023, quando recebeu Menção Honrosa do Júri Oficial. De lá pra cá, já são oito prêmios e 24 participações em festivais de vários países. Entre eles: Austrália, Colômbia, Estados Unidos, Madagascar, Reino Unido, Uruguai e Quênia.
A direção de “Black Rio, Black Power!” é de Emílio Domingos, que também assina outros dois documentários de memória musical. O “Chic Show”, dedicado às manifestações artísticas ocorridas em São Paulo, motivadas também pela influência da música negra americana. Mais ou menos, no mesmo período dos eventos dos bailes black na cidade carioca.
E o outro documentário de movimento artístico dirigido por Emílio é: “Batalha do Passinho”. O filme retrata a cultura funk e mostra o estilo de dança surgido nas favelas do Rio de Janeiro que conquistou o Brasil.
Já a produção de “Black Rio, Black Power!” é de: Letícia Monte. Emílio, Letícia e toda equipe levam para as telas do cinema o resultado de dez anos de pesquisa de imagem e som. E de acordo com a produção, o documentário é um mergulho profundo na origem dos bailes. Para mostrar como surgiu o movimento chamado Black Rio.
Emílio Domingos: direção e roteiro.
Foto: João Muller
Os bailes animavam multidões com muito estilo.
Foto: Divulgação Agência O Globo
A história e seus personagens
A história dos bailes soul na cidade carioca é revivida a partir de uma série de depoimentos. Todos coletados no Grêmio Social Esportivo Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio. Local que ficou conhecido como Templo Soul.
E quem conduz o fio condutor das memórias é Asfilófio de Oliveira Filho, o Dom Filó. O protagonista é engenheiro civil, jornalista, documentarista, produtor cultural e um dos líderes do movimento Black Rio.
Além de Dom Filó, participam também do documentário o escritor Carlos Alberto Medeiros; os músicos Carlos Dafé e Marquinhos de Oswaldo Cruz; os percursores da equipe Furacão 2000, Rômulo Costa e Virgilane Dutra; entre outros. Eles contam como o movimento foi difundido num período de extrema repressão política. E destacam como a estética, a dança e a música conquistavam os frequentadores dos bailes.
Foto: Divulgação Agência O Globo
O documentário também é ilustrado com imagens de arquivo dos bailes da icônica equipe de som Soul Grand Prix. Que era formada por jovens negros dos subúrbios do Rio de Janeiro. Através da influência da música soul norte-americana de James Brown e outros, os bailes black despertaram a consciência sobre identidade e potencializaram a autoestima, especialmente, da juventude negra.
O protagonista de “Black Rio, Black Power”: Dom Filó.
“Black Rio, Black Power!”: orgulho e resistência!
A realização dos bailes soul tornou o que seria apenas uma festa musical, num importante movimento cultural e político no Brasil durante os anos 70.
Os bailes trouxeram à tona além de roupas descoladas, sapatos estilosos e plataformas vistosas, o enfrentamento do racismo. Tendo o cabelo black power como marca registrada do orgulho negro.
O filme revela o impacto dos bailes soul e do movimento Black Rio na música, na cultura e na
na luta por justiça racial. Indo na contramão da violência da opressão da época, os organizadores dos bailes e os frequentadores nem tinham noção que ali surgia uma nova maneira de resistir. E existir por meio da arte.
Black Rio, Black Power!
Duração: 75 min
Direção e Roteiro: Emílio Domingos
Produção: Leticia Monte, Lula Buarque de Hollanda
Produtores Associados: Dom Filó, Cultne, Emílio Domingos
Direção de Fotografia: Leo Bittencourt, Rita Albano – Dafb
Montagem: Yan Motta
Direção de Produção: Ligia Turl
Pesquisa: Emilio Domingos, Antonio Venancio
Som Direto: Fabio Carneiro Leão, Toninho Muricy
Edição de Som: Vinicius Leal, Daniel Vellutini
Mixagem de Som: Jesse Marmo