Livros organizados por Sandra Coleman reúne trajetórias e relatos de pessoas pretas de diversos seguimentos da sociedade
Por redação @ncoisascomunicacaoe
A publicação que abre a sequência de três livros organizados pela escritora Sandra R. Coleman é: Mulheres Negras Brasileiras Presença e Poder: da exposição ao livro. Com o lançamento realizado em 2020 e um ano depois, a segunda: Filhos, pais e avôs: narrativas de presença e poder. Ambos lançados pela Editora CRV. E a mais recentemente é: Merendas e Afetos: narrativas de presença e poder. Este último lançado pela Editora Revista África e Africanidades.
Os três livros seguem a mesma dinâmica de construção narrativa de ressaltar a ancestralidade e preservar a memória. As publicações apresentam relatos de trajetórias de vidas de pessoas que impactam o meio em que vivem e, muitas vezes, até o próprio país. Mas, em geral, invisibilizadas e, não raro, atravessadas pelo racismo. E cada personagem que consta nos livros, tem o que Coleman chama de biógrafa. Que é quem entrevista e assina o texto que eterniza histórias antes apenas transmitidas pela oralidade.
A organizadora das obras, Sandra Coleman, conta que o primeiro livro é resultado de uma vontade indescritível de reverberar aos quatro cantos do mundo histórias de mulheres negras. Tudo isso, motivado pela exposição, Black Brazilian Women Presence and Power, organizada por ela, no final de 2017, na SUNY New Paltz (The State University of New York), onde cursava o mestrado. E confessa que naquele momento, não tinha ideia de como as coisas ocorriam dali para frente. Porém, logo depois, com a experiência do primeiro livro, teve certeza absoluta do que quer fazer na vida. E já está preparando o quarto livro, que é sobre beleza. Também na mesma linha de organização de narrativas. E tem o propósito de chegar a uma sequência de dez livros.
Sandra R. Coleman.
Multiplicando olhares e inspirações: trajetórias e relatos
A sequência das três publicações organizada por Sandra Coleman chama atenção também pela arte das capas dos livros. Todas tem o mesmo conceito: imagens de vários olhares. Coleman explica que são olhares de quem tem a história de vida relatada no livro. Numa metáfora que evidencia o desejo de enxergar além de padrões estereotipados pré-estabelecidos e herdados historicamente.
A ideia de estimular novos olhares encontra eco também na escrita. Em cada obra, Coleman incentiva várias mulheres que até então, não pensavam em ser escritoras. No primeiro livro, a organizadora das obras, ainda não tinha uma metodologia específica para orientar as menos experientes. Porém, ao longo do tempo, foi aprimorando as táticas de apoio e orientações. E atualmente conta com um roteiro sistematizado num formulário para as entrevistas.
Sequência das obras de Sandra R. Coleman
Mulheres Negras brasileiras presença e poder: da exposição ao livro
Minibiografia de 39 mulheres negras que lutaram e continuam lutando contra toda forma de opressão. Sendo que 13 participaram ativamente do Movimento Negro do Estado do Rio de Janeiro.
Ano de edição: 2020
Número de páginas: 308
Filhos, pais e avôs: narrativas de presença e poder
Narrativa de 31 homens negros de diferente faixa etária, classe social e escolaridade escrita por mulheres negras. No entanto, o prefácio é assinado pelo professor universitário, filósofo e escritor Renato Noguera. Que também tem seu relato no livro.
Ano de edição: 2021
Número de páginas: 242
Merendas e Afetos: narrativas de presença e poder
Histórias de 24 mulheres e dois homens, todas escritas por mulheres negras. As narrativas estimulam a reflexão sobre o protagonismo de negros e negras na Educação. Com destaque para lutas e resistências na comunidade escolar.
Ano de edição: 2024
Número de páginas: 249
Quem é Sandra Coleman?
Sandra Coleman é nascida em São Gonçalo, município da região metropolitana no estado do Rio de Janeiro. Com mestrado e bacharelado pela Universidade do Estado de Nova York (SUNY New Paltz), nos Estados Unidos, onde mora há 17 anos. Ama viajar, comer, sambar e a conhecer pessoas. E é carinhosamente apelidada pela intelectual Dra. Helena Theodoro de Gargalhadeira.