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Pretagonismos marca a reabertura da galeria do Espaço Cultural BNDES

Protagonismo de artistas negros é o destaque da exposição de artes visuais composta pelo acervo do Museu Nacional de Belas Artes

Por redação @ncoisascomunicacaoe

A exposição “Pretagonismos no acervo do Museu Nacional de Belas Artes” reúne obras do século XVIII à contemporaneidade. Participam da mostra 59 artistas, entre eles 46 negros, que juntos somam 105 obras. Por conta da representatividade e da proporcionalidade negra, diferenciada do que historicamente revelem os espaços de poder, o nome Pretagonismos expressa o reconhecimento da presença negra nas artes visuais.

Por isso, o destaque da exposição é o protagonismo de artistas negros. E neste contexto, a apropriação do neologismo “pretagonismo” transmite em palavra o conjunto artístico da exposição. O novo vocábulo, lançado pelo diretor, ator e escrito Rodrigo França e também pelo escritor e dramaturgo Jonathan Raimundo, já faz parte das iniciativas de pró-equidade racial.

Já a seleção das obras é resultado de pesquisas com mais de cem mil itens contidos no acervo do Museu Nacional de Belas Artes. O MNBA é detentor nacional da maior coleção de arte brasileira do século XIX. E a tutela artística da exposição é de responsabilidade de um corpo curatorial. Formado por: Amauri Dias, Ana Teles da Silva, Cláudia Rocha e Reginaldo Tobias de Oliveira. Todos da equipe permanente do MNBA.

A concepção da exposição

A ideia dos curadores da exposição é que as obras artística transcendam a beleza e ecoem reflexões e ações. E deixe para trás séculos de concepção eurocentrada de arte. Para o curador, Reginaldo Tobias de Oliveira, o verbo que move a montagem da exposição e futuras novas iniciativas de visibilidade negra na cena artística é: avançar!

Até chegar à concepção da exposição, os curadores aprofundaram pesquisa iniciada em 2018. Que teve uma sequência de exposições, inclusive, virtuais. Por conta da interrupção das atividades do MNBA para reforma – previsto para reabrir em 2025 – e também para enfrentar o período pandêmico. Entre os artistas que permeiam a exposição, alguns eram vinculados à Academia Imperial de Belas Artes e outros ligados aos Liceus de Artes e Ofícios. Como: Antônio Firmino Monteiro, Antônio Rafael Pinto Bandeira, Estevão Silva, Francisco Manoel Chaves Pinheiro, Leôncio Vieira e Rafael Frederico.

E ao longo dos anos, artistas negros consolidaram várias formações acadêmicas e atuações no patamar de exímios pintores e escultores. E, atualmente, conquistam espaços consagrados, tanto nacionais quanto internacionais.

Pretagonismos Caçador Narciso, Mestre Valentim.
Pretagonismos: artistas negros no centro da cena artística rompendo padrões historicamente eurocentrados.

Foto: Vinicius Martins/Divulgação BNDES

Com entrada gratuita, a exposição Pretagonismos está aberta ao público até 14 de fevereiro de 2025, no Espaço Cultura BNDES, no centro do Rio de Janeiro.

Pretagonismos: da pesquisa à realização da exposição

A exposição Pretagonismos pode ser considerada mais um desdobramento das pesquisas com o acervo do MNBA. Sendo que a primeira inciativa, em 2018, resultou na mostra: Das galés às galerias: representações e protagonismos do negro no acervo do MNBA. Que tinha como fio condutor as múltiplas interpretações do papel de negros e negras no imaginário da sociedade brasileira. Desta vez, o intuito é ampliar o alcance em termos de representatividade, dando o devido reconhecimento aos artistas negros e suas obras.

Os curadores: Antônio Firmino Monteiro, Antônio Rafael Pinto Bandeira, Estevão Silva, Francisco Manoel Chaves Pinheiro, Leôncio Vieira e Rafael Frederico.

Na foto os curadores: Reginaldo Tobias de Oliveira, Cláudia Rocha, Ana Teles da Silva e Amauri Dias.

De acordo com os curadores, a exposição Pretagonismos representa mais uma etapa das investigações sobre o legado afro-brasileiro no patrimônio artístico do país. Além de traçar uma trajetória não linear de estilos, a exposição visa valorizar a presença negra no panorama das artes visuais ao longo dos séculos.

A exposição tem percurso organizado em cinco núcleos temáticos

  • Mestres negros pioneiros
  • Nas brechas das representações: imagens e trajetórias de negros no acervo do MNBA
  • Entre a cátedra e o cativeiro: professores negros
  • Estevão Silva: transgressões e prenúncios da modernidade no MNBA
  • Decolonialidade em perspectiva: um olhar sobre os artistas negros desde a criação do MNBA

A arte como transformação social

A diretora do Museu Nacional de Belas Artes, Daniela Matera, considera que os museus, predominante, foram criados sob modelos europeus. Por conta disso, precisam desafiar padrões, avaliar e reavaliar trajetórias. E isso, com um olhar atento e agregador, especialmente, para as contribuições ancestrais. Para que o museus representem de forma justa e equitativa todas as culturas que compõem o Brasil.

E o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, além de reverenciar o protagonismo negro, chama atenção para outro aspecto de impacto social: o acesso à cultura. E considera emblemático que reabrir a galeria do Espaço Cultura BNDES com a exposição Pretagonismos.

Como visitar Pretagonismos?

Até 14 de fevereiro de 2025, de segunda a sexta de 10h às 19h

No Espaço Cultural BNDES: Av. Chile 100 – Centro – Rio de Janeiro

Classificação Livre

ENTRADA GRATUITA

Programa Exibido em 10 de dezembro de 2018 pelo Canal Saúde da Fiocruz.

NeideDiniz

Biografia do autor. Instagram