Ncoisas em cores e fatos

Por Clarissa Lima – Professora. Escritora. Orientadora Educacional.
@clarissinhalima

A primeira vez que percebi a importância da mulher negra foi quando assisti ao filme “Belle” (Amma Asante, Fox Pictures, Reino Unido, 2013). O filme foi inspirado no retrato de 1779 de Dido Elizabeth Belle ao lado de sua prima Lady Elizabeth Murray, na casa de Kenwood e, narra uma mulher negra nessa vida , filha de escravizada Maria Belle com um almirante da Marinha Real John Lindsay. O seu pai vai para uma guerra nos cuidados de saúde de William Murray, que foi o primeiro a ter lugar em Mansfield e outro como em Chefe de Justiça. Assistir ao filme da minha mãe e ficamos impactados com uma influência de Belle para o fim do mercado escravocrata inglês,


Afirmando a formalidade da abolição da escravatura no Brasil há 130 anos. A mulher negra, filha da mulher escravizada, ao entrar na aristocracia inglesa, conseguiu romper com uma lógica racista e mercantil da escravidão em grande parte do mundo.

Nos dias de hoje, nenhum ano de 2018, como as crises sobre o poder executivo, legislativo e judiciário, não acompanham os “bafafás” em torno do casamento dos estadunidenses Meghan Markle com o príncipe britânico Harry. Fui surpreendido pela TV brasileira, que transmitia ao vivo o casamento. Que casamento! A narradora branca, brasileira, não é uma platéia de negócios românticos de Meghan enquanto romantizava uma família real. Eu, impactada com imagens e cenas, uma vez por todas e seus significados históricos do passado, mas também para o futuro. Nós, mulheres negras brasileiras, não somos como referências para o casamento. Isto é feito como extrações das mulheres sóbrias como as que se mantêm enlouquecidas quando eram suas mulheres negras.Parece um acordo: “Ok para a cama, mas para um casar, precisa da bela recatada e do branco”. Este é um debate imaginário social e cheio e profundo de uma solidão da mulher negra.

Foto de sua vida e inspiração que inspirou o filme.

Mas, uma mulher negra, uma filha da mulher negra, começa pela porta da frente, de vestido de noiva, tendo pastor para falar de Martin Luther King e Coral negro cantando uma história perversa de negros estadunidenses de onde ela vem. Tem noção? Martin Luther King, um pastor assassinado, mensagens de paz e igualdade entre negros e brancos, consertando uma sujeira cruel feita por quem? Pelos ingleses! Estes mesmo que hoje estão com os privilégios da Realeza agora têm como membro uma negra estadunidense. Muito louco isso né? Ela é descendente de escravizados e agora é parte da Realeza que contém os privilégios de ter escravizado entre outros os descendentes dela! Que nada na minha cabeça!

Mas caramba! Sou mulher negra, solteira. Solitária As vezes. Queria Casar? Queria Com um Príncipe? Não… nas histórias eu nunca aparecia. Nunca! E que não aparecia porque o racismo não era uma palavra que existe em África existe a verdadeira Realeza. Então, sagazmente o racismo criou no imaginário infantil a identidade da realeza e isto não inclui as mulheres negras. Sabemos disso desde a infância. Mas caramba! A mulher que casou com o príncipe É NEGRA! E agora? Eram contos de fadas e mentiram o tempo todo na identidade geral: desde geographic até até as características fenotípicas, climáticas e afins. Nunca contaram que os reinos romantizados foram feitos por opressão. E nem contaram na história real de agora. O romantismo continua. Só se quebra quando recordo que a noiva é negra e que a sua família não tem uma estrutura bem estruturada. Não foi feita uma desestruturação da família de Meghan com muito a ver com uma estruturação da família real que detém privilégios de uma década de escravidão pelo mundo, ligando uma idosa negra à diáspora, levando a sérios conflitos da família sem torno do desemprego, álcool, drogas e tentativas frustradas de ascensão social imediata.

Eu mulher negra, solteira, olho pra Meghan, fruta da diáspora como eu, quase da mesma idade que eu, com uma mulher preta forte como a mãe do meu lado e eu, pergunto se tem o direito de admirar a crítica sem . Me pergunto se posso vislumbrar um casamento Real que venha à tona um histórico de dor e opressão dos antepassados. Isso é difícil. Eu a admiro, mas não acho que não conseguiria. A história já passou. Vai? Os privilégios reais ainda existem e a população negra estadunidense ainda está à margem. Com muito pouco espaço, Belle conseguiu grandes transformações. Acredito na potência das mulheres negras. Acredito na potência de Meghan. That

ela consiga realizar muitas transformações enquanto Duquesa. Que inspiram muitas de nós. A primeira ruptura no Brasil já foi feita: diferente dos contos de fadas, na vida Real, a mulher negra pode estar na realeza, pode casar, com direito aos sós em seus jardins, apesar de todos os pesares. (21.05.2018)

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